7 de nov. de 2018

Alentejo: O Clássico e o Moderno



Meu dia a dia anda bem agitado e com isto continuo atrasado com as notas referentes aos eventos que tenho participado, hoje atualizo “Alentejo: O Clássico e o Moderno” que ocorreu em São Paulo no dia 15 de Outubro e que contou com a apresentação cada vez mais cheia de conteúdo do amigo Alexandre Lalas. 

O evento que ocorre uma vez ao ano no Brasil, passou em 2018  pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, e Santa Catarina, como sempre organizado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). O objetivo deste ano foi o de mostrar as grandes variações de estilo que os vinhos desta região pode ter, tanto pela mudança de sub regiões, como de estilo de produção, e com isto terminar com o batido rótulo errôneo de que o Alentejo é uma região onde todos os vinhos são pesados, alcoólicos bem no estilo novomundista. O Alentejo é dividido em oito sub-regiões a saber: Portalegre e Borba, de vinhos mais elegantes e leves, Vidigueira e Redondo com vinhos estruturados, untuosos mas muito bem balanceados. Reguengos, Évora, Moura, e Granja/Amareleja com exemplares mais potentes.  Durante o evento tive a oportunidade de participar do Master Class provando os seguintes vinhos:



Dona Maria Rose 2017, de Julio Bastos . Corte de Touriga Nacional e Aragonez - Rosé bem claro, pera, tutti frutti, ótima acidez, fresco, elegante, e vibrante,



Porta da Ravessa Reserva 2016, da Adega de Redondo, Corte com Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouchet, e Cabernet Sauvignon - Rubi violáceo, sem halo. Fruta vermelha doce, floral intenso, boa acidez, taninos ainda verdes, corpo médio, rústico

Art. Terra Amphora tinto 2017 da Casa Relvas – Corte de Moreto, Aragonez, e Trincadeira - Violáceo alta concentração sem halo.  Floral, violetas, frutas negras confitadas, cítrico, terroso, com ótima acidez, taninos presentes finos, corpo médio, final de boca vibrante.

Adega de Borba Reserva Tinto 2013, da Adega de Borba – Corte de Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouchet, e Castelão.  – Rubi, média concentração, leve halo.  Fechado, mineral, fruta negra, e toque herbáceo. Ótima acidez, taninos presentes, corpo médio, final de boca amplo com predominância frutada e de especiarias. Vinho senhoril mais austero.

Cortes de Cima Tinto 2013 da Vinícola Cortes de Cima – Corte de Petit Verdot, Aragonez, Touriga Nacional, e Syrah. – Rubi, extra tinto, sem halo. Grafite, floral , mineral, fruta negra madura ,e menta. Boa acidez, taninos finos, bom corpo, ponta de álcool, retrogosto agradavelmente frutado. 


Jose de Sousa Mayor Tinto 2015 da José Maria da Fonseca – Corte de Trincadeira, Granoir, e Aragonez -   Granada, ralo, sem halo. Frutas vermelhas maduras, floral delicado, boa acidez, quente, taninos finos, mas ainda verdes, corpo médio final rústico.

Cartuxa Tinto 2014, da Cartuxa – Corte de Aragonez, Trincadeirra e Alicante Bouchet. -  Rubi, boa concentração sem halo.  Frutas vermelhas, terroso, lácteo, e floral. Boa acidez, macio, taninos presentes, corpo médio, gastronômico e mais sedoso que os anteriores.



Esporão Reserva Tinto 2015 da Esporão – Corte de Aragonez, Trincadeira , Alicante Bouchet, e Cabernet Sauvignon. -   Violáceo, média concentração, sem halo.  Frutas vermelhas, coco, herbáceo, e floral.  Ótima acide, quente, corpo intenso, final de boca bem frutado e amadeirado.

Marquês de Borba Reserva  Tinto 2014  da J. Portugal Ramos. – Corte de Trincadeira, Aragonez, Cabernet Sauvignon, e Alicante Bouchet – Granada, média concentração, sem halo. Frutas vermelhas maduras, ligeira acidez volátil, floral, fósforo, e leve tosta. Vinho elegante, austero, ótima acidez, taninos finos, corpo curto, final de boca limpo fino e delicado.



Um festival de grandes vinhos, cada um com sua característica e estilo. Meus destaques por ordem de preferência:  Marquês de Borba Reserva, Cartuxa, Cortes de Cima, e Dona Maria Rosé.

Parabéns à CVRA e às vinícolas participantes e até o próximo ano.


CVRA : Site -  www.vinhosdoalentejo.pt 

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