25 de mar. de 2011

Quinta de la Rosa agora na Ravin



Os vinhos do Douro mesmo sendo “portugueses”, como dizem os descendentes da Dona Ferreirinha, em parte ainda são fortemente marcados pela influência inglesa que sustentou a economia da região por ser seu principal cliente e investidor na produção dos vinhos do Porto.
Esta influência é notada, visto grande parte dos produtores de porto hoje em dia serem mais e mais ativos na produção de vinhos secos de alta gama. No caso da Quinta da La Rosa é um pouco diferente, pois mesmo produzindo o vinho do Porto, vendiam esta produção para a gigante Sandeman. Mas por que falar sobre os ingleses? Por que Sofia que hoje toca o negócio da vinícola junto com seu pai Tim, tem aquele mesmo sotaque, dinamismo e simpatia que nosso amigo Dominic Symington. Enfim apenas uma curiosa coincidências que me chamou a atenção neste encontro organizado pela Importadora Ravin. A La Rosa foi uma das primeiras vinícolas da região a produzir vinhos secos, isto por volta de 1991, e iniciou sua aventura usando os serviços de badalado David Baverstock, hoje enólogo da Esporão.  A partir de 2002 entrou em seu lugar o não menos afamado Jorge Moreira criador do ícone do Douro “Poeira”, que até hoje é responsável pela elaboração dos vinhos da casa. Para quem não conhece o Douro, a La Rosa fica na região do Pinhão uma das mais bonitas partes do rio que leva seu nome, sendo suas terras classificadas como “categoria A”. A quinta vai desde a beira do rio até o topo das encostas, o que lhe possibilita uma grande variedade de Terroir facilitando a produção de seus deliciosos blends. Estou convencido do acerto da Ravin em ter a La Rosa como representante da região do Douro em seu cada dia maior portfólio. A apresentação dos vinhos, que comentarei a seguir, ocorreu em um novo espaço gastronômico da Vila Madalena chamada Rosa Maria que alem de combinar o nome com a vinícola nos surpreendeu com seus deliciosos pratos todos elaborados com base no livro A arte de comer bem, da homenageada que tinha o mesmo nome datado de 1950. Surpreendente! (Rua Purpurina 107)

Rogério D´Avila e Sophia Bergqvist
Parabéns a Rogério, Viviane e Alberto por mais esta deliciosa forma de apresentar seus produtos, vamos aos vinhos provados:


Dou Rosa 2007 – Um branco elaborado com uvas provenientes de vinhas velhas com as variedades Gouveio, Rabigato, Malvasia, Viosinho, Códega do Larinho e outras, provenientes de vinhas a 600 m de altitude de solos graníticos. Não passa por madeira. R$ 69,00
Palha verdeal, brilhante. Olfativamente agradável, mineral, pedra de isqueiro, cítrico, ervas aromáticas, floral e fundo de taça trazendo um leve petrolato. Na boca, marcado pela secura, boa acidez, bom corpo e persistência e retrogosto frutado. Belo branco. NOTA 86/100.

La Rosa 2008 - Corte elaborado com as variedades tradicionais usadas nos vinhos do porto, Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barroca e Tinta Roriz colhidas em sua vinha de Lamelas em La Rosa que foi plantada por Tim Bergqvist  a 20 anos atrás. O vinho passou por fermentação maloláctica e maturou em barricas francesas por 12 meses. R$ 99,00
Violeta , alta concentração, sem halo. Olfativamente muito frutado, tutti fruti, pimenta preta, e tostado agradável. Na boca ótima acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência, e retrogosto frutado. Vinho ainda jovem que precisa de garrafa.  NOTA 84/100

La Rosa Reserva 2007 – Corte elaborado com as variedades, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, selecionadas nas melhores parcelas da quinta com média de vida de 60 anos. Fermentação em tradicionais lagares de granito com pisa a pé.  Maturação de 15 meses em barricas francesas. R$ 279,00
Violáceo, alta concentração sem halo. Olfativamente complexo, frutas vermelhas maduras, framboesa, pimenta preta, herbáceo, ligeira baunilha. Na boca tripé perfeito, taninos finos, elegante, persistência longa e retrogosto frutado com toques de chocolate. Um vinhaço que gostaria de tomar daqui uns 4/5 anos. NOTA 89/100

Porto Quinta de La Rosa Tawny 10 anos - Produzido com, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz provenientes das vinhas La Rosa categoria A. Durante sua produção diversos  lotes de vinho são armazenados em pequenos cascos de carvalho (550L), feita a seleção dos que entrarão no corte os mesmos são misturados em um grande tonel  onde permanecem até serem engarrafados. R$ 129,00
Granada, baixa concentração, halo de evolução. Olfativamente rico, figos e ameixas secas, mel, chá, floral e toque de cevada. Na boca, ótima acidez, delicado, bom corpo e persistência e retrogosto frutado lembrando ameixa e mel. Sou um Tawnero de carteirinha e posso dizer que este já foi para a minha adega. Recomendo, ótimo custo benefício.  NOTA 90/100


Porto Quinta de La Rosa LBV 2006 - Produzido com, Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barroca e Tinta Roriz. O vinho amadureceu em grandes cascos de madeira conhecidos por tonéis por 4-6 anos até estarem prontos a ser engarrafados.R$ 98,00
Violáceo, alta concentração. Violetas, frutas vermelhas toque de menta. Na boca ótima acidez, corpo sutil contrastando com o padrão de mercado, seco, e retrogosto frutado, ligeira ponta de álcool. NOTA 89/100



Ravin – Rua Gandavo 526 – Vila Mariana – Fone ( o11) 5574 5789

Walter Tommasi

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