Os vinhos do Douro mesmo sendo “portugueses”, como dizem os descendentes da Dona Ferreirinha, em parte ainda são fortemente marcados pela influência inglesa que sustentou a economia da região por ser seu principal cliente e investidor na produção dos vinhos do Porto.
Esta influência é notada, visto grande parte dos produtores de porto hoje em dia serem mais e mais ativos na produção de vinhos secos de alta gama. No caso da Quinta da La Rosa é um pouco diferente, pois mesmo produzindo o vinho do Porto, vendiam esta produção para a gigante Sandeman. Mas por que falar sobre os ingleses? Por que Sofia que hoje toca o negócio da vinícola junto com seu pai Tim, tem aquele mesmo sotaque, dinamismo e simpatia que nosso amigo Dominic Symington. Enfim apenas uma curiosa coincidências que me chamou a atenção neste encontro organizado pela Importadora Ravin. A La Rosa foi uma das primeiras vinícolas da região a produzir vinhos secos, isto por volta de 1991, e iniciou sua aventura usando os serviços de badalado David Baverstock, hoje enólogo da Esporão. A partir de 2002 entrou em seu lugar o não menos afamado Jorge Moreira criador do ícone do Douro “Poeira”, que até hoje é responsável pela elaboração dos vinhos da casa. Para quem não conhece o Douro, a La Rosa fica na região do Pinhão uma das mais bonitas partes do rio que leva seu nome, sendo suas terras classificadas como “categoria A”. A quinta vai desde a beira do rio até o topo das encostas, o que lhe possibilita uma grande variedade de Terroir facilitando a produção de seus deliciosos blends. Estou convencido do acerto da Ravin em ter a La Rosa como representante da região do Douro em seu cada dia maior portfólio. A apresentação dos vinhos, que comentarei a seguir, ocorreu em um novo espaço gastronômico da Vila Madalena chamada Rosa Maria que alem de combinar o nome com a vinícola nos surpreendeu com seus deliciosos pratos todos elaborados com base no livro A arte de comer bem, da homenageada que tinha o mesmo nome datado de 1950. Surpreendente! (Rua Purpurina 107)
Rogério D´Avila e Sophia Bergqvist |
Parabéns a Rogério, Viviane e Alberto por mais esta deliciosa forma de apresentar seus produtos, vamos aos vinhos provados:
Dou Rosa 2007 – Um branco elaborado com uvas provenientes de vinhas velhas com as variedades Gouveio, Rabigato, Malvasia, Viosinho, Códega do Larinho e outras, provenientes de vinhas a 600 m de altitude de solos graníticos. Não passa por madeira. R$ 69,00
Palha verdeal, brilhante. Olfativamente agradável, mineral, pedra de isqueiro, cítrico, ervas aromáticas, floral e fundo de taça trazendo um leve petrolato. Na boca, marcado pela secura, boa acidez, bom corpo e persistência e retrogosto frutado. Belo branco. NOTA 86/100.
La Rosa 2008 - Corte elaborado com as variedades tradicionais usadas nos vinhos do porto, Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barroca e Tinta Roriz colhidas em sua vinha de Lamelas em La Rosa que foi plantada por Tim Bergqvist a 20 anos atrás. O vinho passou por fermentação maloláctica e maturou em barricas francesas por 12 meses. R$ 99,00
Violeta , alta concentração, sem halo. Olfativamente muito frutado, tutti fruti, pimenta preta, e tostado agradável. Na boca ótima acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência, e retrogosto frutado. Vinho ainda jovem que precisa de garrafa. NOTA 84/100
La Rosa Reserva 2007 – Corte elaborado com as variedades, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, selecionadas nas melhores parcelas da quinta com média de vida de 60 anos. Fermentação em tradicionais lagares de granito com pisa a pé. Maturação de 15 meses em barricas francesas. R$ 279,00
Violáceo, alta concentração sem halo. Olfativamente complexo, frutas vermelhas maduras, framboesa, pimenta preta, herbáceo, ligeira baunilha. Na boca tripé perfeito, taninos finos, elegante, persistência longa e retrogosto frutado com toques de chocolate. Um vinhaço que gostaria de tomar daqui uns 4/5 anos. NOTA 89/100
Porto Quinta de La Rosa Tawny 10 anos - Produzido com, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz provenientes das vinhas La Rosa categoria A. Durante sua produção diversos lotes de vinho são armazenados em pequenos cascos de carvalho (550L), feita a seleção dos que entrarão no corte os mesmos são misturados em um grande tonel onde permanecem até serem engarrafados. R$ 129,00
Granada, baixa concentração, halo de evolução. Olfativamente rico, figos e ameixas secas, mel, chá, floral e toque de cevada. Na boca, ótima acidez, delicado, bom corpo e persistência e retrogosto frutado lembrando ameixa e mel. Sou um Tawnero de carteirinha e posso dizer que este já foi para a minha adega. Recomendo, ótimo custo benefício. NOTA 90/100
Porto Quinta de La Rosa LBV 2006 - Produzido com, Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barroca e Tinta Roriz. O vinho amadureceu em grandes cascos de madeira conhecidos por tonéis por 4-6 anos até estarem prontos a ser engarrafados.R$ 98,00
Violáceo, alta concentração. Violetas, frutas vermelhas toque de menta. Na boca ótima acidez, corpo sutil contrastando com o padrão de mercado, seco, e retrogosto frutado, ligeira ponta de álcool. NOTA 89/100
Ravin – Rua Gandavo 526 – Vila Mariana – Fone ( o11) 5574 5789
Site - www.ravin.com.br
Walter Tommasi
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