Por: Erick Scoralick
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A região do Alentejo, ao sul/sudeste de Portugal, é todo um capítulo à parte dentro desse interessantíssimo país vinícola. Comparado com a imensa área de vinhedos plantados no norte do país, o Alentejo praticamente não tem vinhedos. Seus terrenos acastanhados e de paisagens que estão mais para o marrom do que para o verde, são imensos para o padrão norte-português. Em contrapartida, a densidade demográfica da região sulista é bastante baixa comparada com as principais sub-regiões do norte, à exceção do alto Douro.
A região é muito quente e ensolarada – até mesmo no inverno – e com poucas chuvas, o que provoca muitas vezes colheitas que podem começar já no fim de agosto, enquanto outras regiões mais temperadas e frias começam em setembro ou até mesmo em outubro. Seu solo é argiloso, intercalado com granito e xisto.
O Alentejo se subdivide em 8 sub-regiões: Borba, Évora, Granja/Amareleja, Moura, Redondo, Reguengos e Vidigueira. Uma das principais é Reguengos, de onde saem boa parte dos best sellers vendidos em Portugal. Por sua vez, Évora pode orgulhar-se de sua longa história engarrafando vinhos, notadamente o Cartuxa, e o Pêra-Manca, da Fundação Eugênio de Almeida. Capítulo à parte é a cidade de Évora, declarada patrimônio histórico da humanidade pela Unesco em 1986. Linda, charmosa e com uma gastronomia de dar água na boca em qualquer comensal. Quando em Évora, não deixe de ir ao Fialho e à Tasquinha do Oliveira.
Interessante notar que, por outro lado, são as novas vinícolas que estão projetando o Alentejo internacionalmente. Quando José Roquete, dono da Herdade do Esporão, uma das principais e mais respeitadas vinícolas da região, trouxe o enólogo australiano David Baverstock no final dos anos 1980s, os portugueses se deram conta de que ali estava nascendo uma região vinícola realmente importante. Quando os Lafite-Rothschild investiram na Quinta do Carmo, de Borba, em 1992, o mundo se deu conta! Somado a isso, o fantástico enólogo português João Portugal Ramos energizou o cenário alentejano com uma marca fácil de exportar, Marquês de Borba.
Há pouca tradição vinícola no Alentejo, mas certamente o Mouchão merece um lugar de destaque neste cenário. Feito pela família anglo-portuguesa Reynolds, os vinhos do Mouchão, em particular o Tonel 3-4, atingiram níveis de qualidade muito altos, com preços de mercado relativamente baixos comparados com similares franceses, italianos e espanhóis.
As uvas tintas são destaque no Alentejo, especialmente a Trincadeira, a Aragonês (chamada de Tinta Roriz no Douro e de Tempranillo em boa parte da Espanha), a Castelão (Periquita) e a Alicante Bouschet, principal uva do Mouchão Tonel 3-4. Inevitavelmente, a nortista Touriga Nacional e as internacionais Cabernet Sauvignon e Syrah têm sido cultivadas nessas terras.
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