Como informado em meu último post sobre os Aprendizes do Paladar nosso grupo é formado por cinco casais: Os Baggianis, os Fornis, os Quartims, os Sampaios e os Tommasis. Este encontro ocorreu na mansão dos Baggianis que agora tem a sua entrada em túnel recheada de sapatinhos de Judia, tornando a passagem um delicioso passeio por meio das flores. Este casal é formado pela Rosi, mulher de multi atividades com preferência pelas esportivas, tênis, caminhadas, com um nariz para vinhos muito acurado, mas que tem queda mesmo pelos “Champagnes” pelas Wodkas, e que aprecia muito a boa culinária, mas come como passarinho. De outro lado, Alberto “Meu nome é trabalho” empresário de sucesso, dono de um coração de ouro, cada vez mais interessado nas coisas boas da vida e dono de uma adega de mil garrafas que estão em continua rotação visto a cada vez que nos recebe elimina pelo menos umas 10, e que são imediatamente repostas por 20. ( Acho até que ele tem que construir uma nova adega né ? )
Vamos agora ao nosso encontro, depois do social regado a petiscos e a incontáveis garrafas de Valduga 130 saboreamos a entrada, um Fundo de alcachofras gratinadas preparado pela Rosi que teve direito a repetição (claro que eu fui obrigado a repetir há há há ) para este prato nos foram oferecidos dois brancos que mesmo com a tradicional dificuldade de compatibilização que a alcachofra traz se saíram muito bem, os vinhos foram : 1) Thalassitis Oak Fermented 2007 Grego elaborado com a uva Assyrticos 2) Kumeu River 2006 . Vinho da Nova Zelândia elaborado com a Sauvignon Blanc.
Considerando apenas o vinho gostei mais do Kumeu River – Palha verdeal, brilhante, baixa concentração. No nariz, com os característicos aromas desta variedade na Nova Zelândia, Cítrico adocicado, mineral e toques herbáceos de alta intensidade. Alta acidez, corpo médio, persistência longa e retrogosto herbáceo, ligeiro açúcar residual. NOTA 84/100.
Na compatibilização minha preferência foi para Thalassitis Oak Fermented que com sua boa acidez estrutura e toque amadeirado casou perfeitamente com a alcachofra que estava rica em produtos lácteos. Vamos ao descritivo do vinho: Palha verdeal, brilhante. Olfativamente intrigante, com muita mineralidade, petrolato, frutas brancas, e tostado. Na boca muito boa acidez, boa estrutura, seco, e final de boca com toque amendoado. NOTA 82/100.
PRATO PRINCIPAL
O prato principal de nosso almoço foi o tradicional Cordeiro ao molho Rotie. Para este prato, cada um dos casais convidados levou um vinho que entenderam ser o mais apropriado, segue a lista dos casais e seus vinhos e sua analise organoléptica:
Sidney e Mariangela
Vinho escolhido – Faustino de Autor Reserva Especiale 2001 – Rioja Espanha – Corte de 86% de Tempranillo e 14% de Graciano. Rubi de média concentração, leve halo de evolução. Olfativamente agradável com frutas vermelhas, tostado, toque químico e nuances de baunilha. Na boca altamente gastronômico, alta acidez, taninos finos, corpo médio e persistência longa, retrogosto frutado com toque amendoado.NOTA 85/100.
Paulo e Alice Sampaio
Vinho escolhido – Tenuta Guado Al Tasso Antinori 2006 – Toscana – Itália . Corte de 65% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot, 5% Syrah. Comentários do vinho: Rubi, alta concentração, leve halo. Olfativamente frutado, cereja, herbáceo, terroso, toque balsâmico. Na boca, suculento, ótima acidez, taninos finos, corpo e persistência longa e retrogosto frutado com toque de hortelã. Vinho perfeito, mas gostaria de toma-lo daqui uns dois anos. NOTA 87/100.
Vinho coelho – Lote 43 Miolo 2005 – Vale dos Vinhedos Brasil. Granada, alta concentração, leve halo. Olfativamente complexo, mas reconhecido facilmente como brasileiro pelos seus aromas, vinoso, ameixa, herbáceo e tostado lembrando couro. Na boca correto, boa acidez, taninos presentes , corpo médio e persistência longa, retrogosto frutado. NOTA 84/100.
Fernando e Maria Helena Quartim
Vinho escolhido – Roda I Reserva 2005 Rioja – Espanha. Varietal 100% Tempranillo. Violáceo, alta concentração sem halo. Olfativamente frutado com cereja predominante, floral, toques lácteos, de baunilha e alcaçuz. Boca estruturada, acidez correta taninos finos, ainda verdes, corpo e persistência longa e retrogosto frutado confirmando o nariz. NOTA 85/100.
Walter e Liliana Tommasi
Vinho escolhido – Perez Cruz Liguai 2005 – Maipo Alto Chile – Corte de 40% Syrah, 35% Cabernet Sauvignon, 25% Carmenère. Rubi violáceo, alta concentração sem halo. Olfativamente complexo, frutas negras compotadas, amora, herbáceo, chocolate e tostado bem balanceado. Na boca redondo, acidez correta, taninos finos, macio, estruturado, persistência longa e retrogosto frutado, ligeiro adocicado. NOTA 87/100.
Resultados da degustação dos vinhos “sem” comida
Considerando a opinião média dos 10 participantes.
Considerando apenas a minha avaliação. Empate técnico entre o Guado Al Tasso e o Perez Cruz no primeiro lugar, o Roda I em terceiro, o Faustino em quarto e o Lote 43 em quinto.
Resultados da compatibilização
Considerando a opinião média dos 10 participantes Neste quesito, que é o mais importante para o conceito desta confraria, a vitoria coube ao Perez Cruz Liguai, ficando em segundo o Faustino de Autor, seguido do Roda I, do Guado Al Tasso, e finalmente do Lote 43.
Considerando apenas a minha avaliação. O primeiro lugar ficou para Faustino de Autor, que ficou perfeitamente equilibrado com o prato pelo seu peso. O segundo lugar ficou para Perez Cruz Liguai, que também foi muito bem, mas combinando por oposição, salgado do prato com doce do vinho e pelo equilíbrio de suculência. O terceiro lugar ficou para Lote 43, um vinho apenas correto para o prato. O quarto foi para o Guado Al Tasso, onde o prato superou o vinho, e lhe deixou um pequeno amargor. O quinto foi para o Roda I. Onde o vinho superou o prato.
Fiquem no aguardo do próximo encontro que será no fim de novembro em minha casa? Qual será o prato principal? Até o presente momento temos quatro opções: Polvo, Rã, Prato alemão e Steak Tartar e ainda um bom tempo para decidir
Walter Tommasi
WT, o encontro foi excelente e os vinhos, à altura. Particularmente sou fã do Guado al Tasso e concordo que pelo menos mais 3 anos tornariam esse vinho ainda melhor, especialmente para a harmonização.
ResponderExcluirPerfeito Paulo ai ele estaria mais pronto e macio pois um supertoscano com 4 aninhos é ainda um bebê
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