26 de mar. de 2018

Zenato e seus Ripassos



O nome Zenato me traz ótimas lembranças por ter sido a primeira vinícola Veneta que tive a oportunidade de visitar a longínquos 15 anos atrás. Eu e Liliana fazíamos uma viagem turística e decidimos visitar este produtor, não me apresentei como jornalista especializado em vinhos, mas ainda assim tivemos um ótimo atendimento e saímos encantados com os vinhos provados, principalmente seu Ripassa que passou a ter presença constante em minha adega a partir daquela data. Lembro que ao chegar notamos 3 carros no estacionamento uma Ferrari vermelha, um Porche, e um Audi, e como não havia ainda clientes deduzimos serem dos proprietários, o que reforçou minha impressão de estar visitando um produtor  pequeno mas de sucesso afinal ele, em pesquisa feita antes da visita , só havia iniciado suas atividades em 1960.
Vittorio Marianecci

 Na semana passada recebi um convite da Word Wine para participar de uma vertical de Ripassos da Zenato a qual aceitei com muito prazer. A apresentação coube a Vittorio Marianecci, Brand Manager para as américas, que explicou aos presentes um pouco da história da marca assim como do processo do Ripasso, que nada mais é do que um Valpolicella que passa um estágio de aproximadamente 15 dias junto as cascas do Amarone, o que concede ao vinho maior complexidade olfativa e estrutura. Sua composição conta com 85% de Corvina Veronese, 10% de Rondinella e 5% de Useleta, mesmo que em alguma safras temos uma redução de 5% na Corvina para a inclusão de outras uvas regionais ( Molinara, Croatina, e Corvinone)  Durante nosso descontraído encontro provamos sete safras a saber:
Valpolicella Ripasso Superiore “Ripassa”DOC 2013, 2011, 2010, 2009, 2008, 2007, 2006
Como já dito em outras notas, sou apaixonado por degustações verticais pois nos grandes vinhos podemos notar o impacto do clima nas diferentes safras, e foi o que aconteceu nesta prova. Vamos aos vinhos:


Safra 2006 – Vinho maduro de grande complexidade e estrutura, ainda com presença de taninos que o deixaram mais gastronômico foi o terceiro melhor vinho para mim. Parker deu a esta safra 93 pontos.

Safra 2007 – Vinho mais encorpado e alcoólico, bem frutado onde a presença do dulçor é mais sentida. Definitivamente para os apreciadores de vinhos mais estruturados e potentes. Wine Spectator deu 92 pontos a ele.

Safra 2008 – Vinho de grande complexidade olfativa marcado por frutas maduras e aromas florais com ótimo balanço de boca e um pouco mais austero. Para mim foi o segundo melhor vinho do painel. Parker deu 92 pontos para ele.

Safra 2009 – Um vinho bem potente quase um Amarone, com presença mais intensa de frutas passificadas, taninos muito macios e sensação alcoólica mais pronunciada. James Suckling deu a esta safra 90 pontos.

Safra 2010 – Vinho extremamente complexo com presença de frutas vermelha maduras, violetas, leve mentolado, e boa mineralidade. Na boca muito bem balanceado, corpo médio, sem presença de dulçor final excessivo. Foi meu favorito entre os vinhos provados. James Suckling deu 92 pontos a esta safra.

Safra 2011 – Mais um vinho estruturado marcado pelas frutas doces, maciez de taninos e final de boca adocicado. Wine Spectator deu 90 pontos a ele.

Safra 2013 – Safra disponível para venda no Brasil, vinho que ainda precisa arredondar em garrafa. Boa complexidade olfativa, onde além das frutas notamos a presença de um discreto mentolado, boa acidez e taninos ainda presentes, mas é um vinho que para mim promete após guarda. Wine Spectator deu a ele 90 pontos.

A Zenato é distribuída no Brasil pela World Wine do sempre simpático Celso Lapastina.

World Wine – Site http://www.worldwine.com.br – Fone (011) 4003 9463

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