Marco Pallanti e Walter Tommasi |
Estive ontem com Marco Pallanti enólogo e gerente geral do Castello di Ama, em apresentação feita por ocasião de sua passagem pelo Brasil, que teve como intuito a divulgação dos vinhos da casa, aqui distribuídos pela mega importadora Mistral. Foi um prazer rever o Marco, pois nosso último encontro ocorreu em meados do ano passado quando tive o prazer de visitar a vinícola e me encantar com seus vinhos, alem de sua coleção de obras de arte que incluem Louise Bourgeois, e Anish Kapoor, apenas para citar os dois artistas mais famosos que tem instalações na linda seda da vinícola.
A Vinícola – Fundada em 1993 por três famílias romanas: Carini, Sebasti e Tradico, conta em sua propriedade com 250 hectares dos quais 90 são destinadas aos vinhedos e 40 a olivais. Seus vinhedos são compostos pelas variedades Sangiovese, Merlot, Pinot Noir, Chardonnay, Pinot Grigio e Malvasia Bianca e Negra, com as quais produzem por volta de 350 mil garrafas sendo 270 mil de vinhos tintos e o restante dividido entre rose e branco. Dentro de sua linha de Chianti Classico produzem três “Cru” Vigneto Bellavista, Vigneto La Casuccia, alem do IGT L’Apparita dos branco e rose e do seu Vin Santo. Grande colecionadora de prêmios com seus principais vinhos, a vinícola foi também considerada em 2005 a “Melhor Vinícola do Ano” pela Gambero Rosso e Marco Pallanti o melhor enólogo da Itália em 2003.
Vamos agora aos vinhos degustados:
Rosato 2009 – Elaborado com 90% de Sangiovese e 10 % de Merlot. Fermentação malolática em 40% do volume do vinho. Produção estimada entre 50 e 60 mil garrafas ano. - Rose de boa intensidade. Olfativamente complexo, floral, especiarias, ervas aromáticas, e grapefruit. Na boca, fresco, estruturado, persistência longa e retrogosto confirmando o grapefruit. NOTA 86/100.
Vigna Al Poggio 2009 – Um corte de 80% de Chardonnay e 20% de Pinot Gris. Do volume 40% passa por fermentação malolática, e todo o vinho tem contato com as cascas (Sur lieu) em barricas francesas pelo período de 12 meses, sendo a batonage feita a cada 7 dias . Produção estimada entre 30 e 40 mil garrafas ano. – Palha, média concentração, brilhante. Olfativamente floral, cítrico, mineral, e toque de especiarias. Na boca, alta acidez, seco, corpo médio, persistência longa e retrogosto cítrico, final de boca fresco. NOTA 86/100.
Castello D’Ama 2006 – Um corte de80% Sangiovese e 20% de Malvasia Nera, Merlot, Cabernet Sauvignon, e Pinot Nero. Passagem em barricas francesas 20% de primeiro uso e 80% de 2º e 3º. Produção anual estimada entre 150 a 200 mil garrafas. Rubi, alta concentração, sem halo. Olfativamente complexo com cerejas, violetas, animal, sottobosco, tostado, baunilha e chá preto. Na boca elegante, alta acidez, taninos firmes e finos sentidos mais no final do que na entrada, corpo médio, persistência longa e retrogosto frutado e tostado. Uma das melhores safras na região garantem um grande potencial de evolução e guarda deste vinho. Gostaria de toma-lo daqui uns quatro anos , certamente o melhor custo benefício do painel, é para ser comprado e guardado. NOTA 89/100.
Vigneto Bella Vista 2006 – Corte com 80% de Sangiovese e 20% de Malvasia Negra. Este é o primeiro “Cru” elaborado pela casa, premiadíssimo tendo recebido 96 pontos de Robert Parker para sua safra 2006, a pontuação mais alta já recebida por um Chianti Classico até hoje. Maturação por 15 meses em barricas francesas Allier sendo 40% novas e 60% com um ano de uso. Produção estimada entre 6 a 8 mil garrafas ano. Rubi indo para granada, alta concentração, sem halo. Austero, cerejas maduras, especiarias, pimenta, café, ervas aromáticas e caixa de charutos. Na boca, ótima acidez, taninos firme, bom corpo, persistência longa e retrogosto frutado e tostado. Um grande vinho com características mais tradicionais mostrando o caráter das variedades, mas ainda muito jovem. NOTA 92/100.
Vigneto La Casuccia 2006 – Corte com 80% de Sangiovese e 20% de Merlot. Mais um “Cru” dentro da denominação Chianti Classico. LA Casuccia também recebem os mesmos 96 pontos de Robert Parker para sua safra 2006. Maturação por 15 meses em barricas francesas Allier sendo 40% novas e 60% com um ano de uso. Produção estimada entre 6 a 8 mil garrafas ano. Granada, alta concentração, sem halo. Frutado, cereja, floral, especiarias, animal, ervas aromáticas, menta, pétalas de rosa, e tostado. Na boca, acidez correta, sedoso, taninos firmes na entrada que amaciam no final, bom corpo, persistência longa e retrogosto frutado. Mais um grande vinho, mais pronto que o anterior, certamente devido a utilização da Merlot, mas também ainda muito jovem. NOTA93/100.
Vigneto L’Apparita 2006 IGT – Um varietal 100% Merlot com passagem por barricas francesas e que conforme o próprio enólogo tem o objetivo de concorrer com os bons Merlot produzidos no Boreaux. Passa por fermentação malolática e maturação em barricas francesas Allier sendo que 40% delas de primeiro uso. Produção estimada de 8 a 10 mil garrafas ano. – Rubi, extra tinto, sem halo. Olfativamente complexo, floral, lavanda, elegante tostado, framboesa, chocolate, anis, menta e toque mineral. Na boca, acidez correta, muito macio, taninos finos, bom corpo e persistência, retrogosto frutado com ligeiro adocicado. Um exemplo típico, dos afamados “Super Toscanos”. Um fantástico Merlot, que alem de ter a pegada dos vinhos mais modernos, ainda consegue manter a elegância. Mais um jovem. NOTA 90/100.
Vin Santo 2004 – Elaborado com 50% de Malvasia Bianca e 50% de Trebbiano Toscano , é caracterizado pela leveza e frescor, não muito característicos nos Vin Santo Toscanos. As uvas passam por processo de secagem por 60 dias quando perdem 70% de seu peso. O vinho passa por fermentação em barrica e posteriormente por 5 anos de maturação em barricas Allier usadas. É colocado no mercado com 14,6% de álcool e 6,4 g/l de acidez livre. - Dourado verdeal, brilhante. Delicado no olfato com destaque para o mel, floral, e ameixa. Na boca, balanço perfeito, sutil, acidez no ponto certo, assim como o grau de doçura. Final de boca muito agradável. NOTA 88/100.
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