Seis blogeiros tomam Tignanello evoluido e unas coisitas mas.

Os blogs estão se tornando uma excelente fonte de informação sobre vinhos e seus autores, cada vez melhores e bem mais experientes do que poderia parecer a uma primeira vista. Nesta última 6ª, feira seis deles decidiram se reunir em São Paulo para bebericar e trocar informações e conhecimentos. Tudo começou com o caro Silvestre Tavares Gonçalves (www.vivendoavida.net ) que aproveitou sua vinda para São Paulo onde foi jurado no Encontro de Vinhos e acabou trazendo de sua preciosa adega alguns vinhos para partilhar com os amigos paulistas. Destas bandas estiveram presentes: Beto Duarte (papodevinho.blogspot.com),  Alexandre Frias (www.diariodebaco.com.br), Jeriel (www.blogdojeriel.com.br), Daniel Perches (www.vinhosdecorte.com.br), e  este que vos escreve. O almoço ocorreu no Rascal do Itaim Bibi e lá foram provados os seguintes vinhos:

Espumante Piera Martellozzo “Incontri” Rosé , Casa Valduga 130 2009,  levados pelo Jeriel.

Cousiño-Macul Antiguas Reservas Cabernet Sauvigon 1995, Tignanello 1995 e um Tokay Aszú 3 puttonyos 1989  trazidos pelo Silvestre.

Marques de Riscal Gran Reserva 2000 levado por mim.

Todos os vinhos foram tomados às cegas e isto foi motivo para deliciosa disputa para descobrir quais seriam os vinhos provados, e que teve um empate técnico entre dois dos participantes. Curiosos em saber quem foi? É só perguntar.

Segue minha  descrição e nota dos vinhos.

Cousiño-Macul Antiguas Reservas Cabernet Sauvigon 1995 - Âmbar alta concentração, halo intenso de evolução. Olfativamente complexo, abrindo com lavanda, ameixa seca, estrebaria, balsâmico, toque ligeiro herbáceo e tostado. Na boca evoluído, acidez ainda correta, taninos finos mas ligeiramente áspero, e álcool dominado, bom corpo e persistência longa, retrogosto lembrando unguento e mentolado . NOTA 90,5/100

Tignanello Antinori 1995 -  Âmbar de alta concentração com halo de evolução. Olfativamente abriu lembrando o anterior, com predominância floral, e ameixa, mas com o passar dos minutos mostrou sua verdadeira cara e nos brindou com o terroso típico da região de origem, e de terciários como chá mate e café. Na boca o tripé estava perfeito, mas apresentou taninos mais elegantes que a amostra anterior, bom corpo e persistência e retrogosto frutado, ameixa e tostados. NOTA 93/100.

Marques de Riscal Gran Reserva 2000 - No visual já entregou sua idade. Rubi de alta concentração e halo de evolução aparente. Olfativamente frutado, cereja, floral, toques de caramelo e tostado agradável. Na boca, intenso, ótima acidez, taninos finos, corpo potente e persistência longa, retrogosto frutado. Um vinho por incrível que possa parecer ainda estava jovem, e que sofreu por este fato na comparação com os dois velhinhos anteriores. NOTA 89,5/ 100.

Tokaji Aszú Disznoko 3 puttonyos 1989 - Âmbar média concentração e halo intenso de evolução. Olfativamente, complexo e deliciosamente adocicado lembrando mel, flores, casca de laranja confeitada, pêssegos e tostado agradável lembrando chá mate. Na boca ainda com acidez coerente a idade, boa untuosidade, corpo médio, e persistência longa, e final de boca confirmando o olfativo de mel e chá mate, mas com ligeira aspereza. NOTA 90/100.

Para encerrar, quando compatibilizados com as comidas o Tignanello deu um show acompanhado de fatias de presunto cru, enquanto que o Marques de Riscal dominou com um salame apimentado e com meu prato principal que foi  uma vitela ao molho branco.

Este foi certamente o primeiro de uma longa série de almoços/encontros onde cultuaremos os bons vinhos e o prazer do bem viver. 

Walter Tommasi