14 de ago. de 2018

Paul Hobbs e seus Cobos



Para nosso prazer já está virando praxe todos os anos Paul Hobbs vir ao Brasil para promover seus vinhos. Desta feita recebi o convite da Grand Cru que importa sua linha de vinhos Cobos. O evento deste ano foi mais amplo do que os anteriores contando com a presença da mídia especializada, além dos formadores de opinião e um grande número de sommeliers e donos de restaurantes. Este verdadeiro  “One man show”  entreteve este amplo público contando sua história desde a  infância como filho de fazendeiro, até hoje, um dos mais renomados enólogos do mundo e sócio proprietário de vinícolas como a Cobos que iniciou suas atividades em 1998 na Argentina, a Paul Hobbs Winery, e a Cross Barn nos EUA. Paul também deixa sua marca através da linha Crocus em Cahors na França, Yacoubian-Hobbs na Armênia, e em breve com seus novos projetos  New York Finger Lakes , e na Galicia na Espanha.

Durante nosso encontro tivemos a oportunidade de provar 4 vinhos:

- Bramare Los Arbolitos Chardonnay 2006 - Palha indo para dourado. Nariz complexo com frutas azedas, mineral, leve cítrico. Ótima acidez, fresco, corpo médio, final de boca com abacaxi maduro, leve manteiga, e baunilha. Um vinho com olfativo limpo e direto e boca mais untuosa e senhoril, agradou demais.

- Bramare Chañares Cabernet Franc 2015 - Rubi extra tinto, sem halo. Frutas negras frescas hortela. orégano, grafite, sangue, especiarias, e alcaçuz. Ótima acidez, taninos finos ainda presentes, corpo médio, retrogosto frutado, café e tinta nankim. Um vinho surpreendente , para os apreciadores do estilo de vinho mais direto,um dos meus destaques


- Bramare Chañares Malbec 2015 – Violáceo  extra tinto sem halo. Floral, framboesa, chocolate, e tostado. Alta acidez, corpo médio taninos delicados e resolvidos, final muito fresco com toque e café. Um vinho mais pronto e fácil de beber do que o anterior mas de muita qualidade

 Cobos Chañares Malbec 2014 - Rubi e violáceo extra tinto sem halo. Mineral, toque floral, frutas negras, menta, tostado. Ótima acidez, taninos finos empoeirados, corpo médio, retrogosto cereja no licor e alcaçuz. Um vinho com muitas camadas aromáticas, mais estruturado, com tremendo potencial de guarda.

Os vinhos de Paul desmentem a fama dele ser um produtor que interfere demais no processo. Seus vinhos, elaborados com leveduras naturais, colheitas noturnas são caracterizados por um perfeito balanço entre acidez, taninos e álcool, aromaticamente limpos com muita fruta e toques terciários. Claro que no passado seus vinhos também foram muito mais alcoólicos e marcados pela madeira, como  a maioria dos grandes vinhos  daqueles tempos, mas estamos em um novo momento , quem duvidar prove este Cabernet Franc!

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