16 de ago. de 2016

Alto de las Hormigas mostra os caminhos para a viticultura argentina





Participei ontem de apresentação do enólogo Leonardo Erazo organizada pela Eno Cultura e pela World Wine, e que contou também com a presença do sommelier Hector Riquelme. O objetivo deste encontro foi o de mostrar o que a vinícola está fazendo, para se adequar ao que é esperado para o futuro da vitivinicultura deste país “Hermano”. A estratégia é bem clara “A próxima geração de vinhos da Argentina devera refletir mais a área na qual os vinhos são produzidos”, Analisando esta afirmação podemos concluir  que a mesma deverá gerar grande mudanças na forma de elaborar vinhos na Argentina pois irá requerer um conhecimento ainda mais profundo por parte das equipes de produção  das características dos diferentes Terroirs do país. 
Leonardo Erazo

Se for só por isto a Alto de las Hormigas já está preparada pois Leonardo além de enólogo, é também agrônomo com especialização em solos, e a vinícola conta com a consultoria de dois dos mais competentes e renomados experts do mundo dos vinhos, o enólogo italiano Alberto Antonini  e o especialista em solos chileno Pedro Parra, certamente um verdadeiro Dream Team .
O projeto denominado “Terroir” foi lançado em 2008 e chegou a conclusão de que os solos calcários seriam os que mais se adéquam a varietal escolhida, a Malbec, identificando também  os melhores locais para o plantio dos vinhedos.  Nossa experiência ontem foi a de verificar as diferentes características que os vinhos elaborados com a  Malbec apresentam em cada um dos locais escolhidos. Vamos aos vinhos provados



Malbec Classico 2014 com uvas da região de Medrano, Barrancas e Lunlunta com passagem de 10 meses tanques de concreto, e 13,5% de álcool – Violáceo, ralo sem  halo. Frutas vermelhas, ameixa, terroso, lácteo, especiarias, leve herbáceo. Na boca, ótima acidez, taninos presentes, corpo médio, final de boca  frutado fresco, bem agradável.  Um vinho simples, limpo pra beber de garrafa, tremendo custo benefício. R$ 60


Malbec Terroir 2013  com uvas do Valle de Uco  passagem de 12  meses em tanques de cimento, inox e bottes de 3500 litros, e 14,1 de álcool  - Violáceo, média para ampla concentração, sem halo. Fechado mineral, figos, violetas, chocolate, menta, frutas negras frescas, cereja. Com tempo de taça aparecem as especiarias especialmente o cravo. Boa acidez, taninos mais intensos, corpo médio, final de boca mais rústico e gastronômico e marcado por cereja e herbáceo. R$ 86


Malbec Reserve 2013  com uvas do Valle de Uco 18 meses em botes de 3.500 litros e 12 meses de garrafa, e 14,2% de álcool. Violáceo, extra tinto, sem halo. Mineral, limpo, cereja no licor, grafite, e alcaçuz. Ótima acidez, taninos finos ainda ligeiramente verdes, corpo intenso, estruturado, final de boca com cereja e toque de café. Um vinho direto, complexo, que promete longa  guarda . Foi meu favorito entre os 3 primeiros. R$ 112







Malbec Appellation Altamira  2013 com passagem de 18 meses de botes francesas, 14,5% de álcool -  Violáceo, extra tinto, sem halo.  Fechado frutas negras azedas, ervas aromáticas, tostado,  mineral. Ótima acidez, taninos presentes finos, corpo curto para médio, final de boca com cereja e tostado muito agradável. O mais elegantes e leve entre as 3 origens. Esta região e marcada pela presença de pedras grandes  cobertas de carbonato de cálcio . RS 233

Malbec Appellation Vistas Flores 2013 com passagem de 18 meses de bottes francesas , 15% de álcool – Violáceo, extra tinto, sem halo.  Fechado, mineral, pedra molhada, frutas negras, químico, menta, leve tostado. Ótima acidez, taninos finos, corpo médio, ponta de álcool, final de boca frutado e com toque metálico que lembra sangue. Um vinho de maior estrutura, que abriu redondo macio, direto e com o tempo de taça ganhou maior sensação de  presença de álcool. Região marcada pela presença de  pedras menores e de mais argila. R$ 233


Malbec Appellation  Gualtallary 2013 com 18 meses de bottes francesese 14,5% de álcool – Violáceo extra tinto, sem halo.  Floral, frutas negras frescas, herbáceo, mineral, grafite, tinta de caneta. Ótima acidez taninos presentes, corpo médio para amplo, estruturado, final de boca com cereja no licor, mineralidade e ligeiro toque salino.  Um vinho vertical, mais intenso, mas com muita fineza, abriu ligeiramente alcoólico mas tempo de taça o arredondou. Foi meu favorito, mas admito que gostaria de  toma-lo daqui uns 5 anos. Região marcada por maior presença de carbonato de cálcio. R$ 233




Obs: Todos os vinhos da Alto de las Hormigas são elaborados com uvas que seguem o conceito Biodinâmico, e o processo de elaboração com a menor intervenção possível, ou seja mínima extração, madeira neutra, leveduras indígenas, e pouco sulfito. No Brasil a distribuição exclusiva fica por conta da importadora World Wine


World Wine – Site: www.worldwine.com.br – Fone: 3383 9300

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