22 de out. de 2014

De Martino fugindo da personalidade global

Marcelo Retamal e Adolar Hermann

Mesmo tendo altos impostos o Brasil é abençoado pelo fato de ter suas importações de vinhos liberadas, e com isto possibilitar a nossos consumidores de ter uma incrível variedade de rotulos digno de países como EUA, Inglaterra e outros tradionais países consumidores. Como profissionais deste maravilhoso mundo somos submetidos quase que diariamente a degustações , provas , salões , almoços e jantares , quase sempre muito bem organizados , mas  devo dizer que são poucos os nomes e os vinhos que nos marcam e nos servem de referência,  visto muitos deles serem elaborados dentro das modernas técnicas de produção que no final das contas acabarem gerando vinhos tecnicamente corretos mas  muito similares com o que chamo de “Personalidade Global”. Mas por outro lado temos produtores que ficam marcados em nossas mentes e bocas por elaborarem vinhos de personalidade única. E um deles é a De Martino e seu mago Marcelo Retamal. Me lembro muito bem que até os anos 2000 mesmo elaborando vinhos extraidos , frutado, alcoolicos e com o uso de bastante madeira a De Martino era uma das minhas marcas favoritas, e muito me surpreeendeu o dia que Marcelo veio ao Brasil anunciando uma mudança radical na forma de elaborar seus vinho. Lembro me que muita gente colocou em duvida o projeto, mas muitos como eu ficamos contentes em ver esta mudança pois objetivava produzir vinhos mais leveis potáveis enfim vinhos que não pesariam depois de duas taças. Passados os anos o” louco” Marcelo virou um” visionario” antecipando um trend mundial e ganhando o respeito de seus parceiros enologos e também da mída especializada.  Méritos de alguém que entendeu o principal motivo de se elaborar um bom vinho, e mérito da família De Martino que suportou essa arriscada mudança. Pois foi com Marcelo Retamal que tive o prazer de almoçar ontem quando fomos apresentados a alguns vinhos da linha Single Vineyard da safra 2011 , vamos a eles, mas antes vamos ler os comentários feitos por Luiz Gutierrez novo degustador de Robert Parker para os vinhos chilenos :   

DE MARTINO REINVENTANDO O CHILE
“Uma revolução está acontecendo na De Martino desde a safra 2011. Você pode até esquecer o que eles faziam antes, pode considerar que eles nasceram de novo ou que são uma vinícola totalmente nova. A De Martino é uma operação familiar antiga, cujo atual mote é “Reinventando o Chile”, e muito do que eles estão a fazer não é “inventar” nada, mas na verdade olhar para trás, buscar tradições válidas e confiáveis. Tal como recuperar vinhedos velhos não-irrigados plantados no passado, e produzir vinhos que refletem sua origem, sem nenhuma maquiagem. De Martino é atualmente uma vinícola líder no Chile, com uma linha muito excitante de vinhos, todos altamente recomendáveis a partir da safra 2011”
Luis Gutierrez (Robert Parker):  

Os vinhos provados:

Quebrada Seca Chardonnay 2011 com 13,6% de álcool, 12 meses em bottes de 5.000 litros – R$ 131. - Dourado com ligeiro verdeal, brilhante. Herbáceo, abacaxi maduro, ligeiro salgadinho. Na boca. Boa acidez, toque amanteigado, bom corpo , redondo,  final melhor na  boca do queno  nariz. Vinho agradável que para ser perfeito faltou um pouco de acidez. Nota 88/100.







Parcela 5 Sauvignon Blanc 2011 com 13,3% de álcool, com 18 meses em barricas usadas. R$ 131- Palha verdeal, brilhante. Olfativamente, mineral, flores da montanha, giz, xixi de gato. Na boca , agulha, alta acidez, corpo médio, retrogosto  floral com ponta citrica bem balanceado . Um vinho fresco , seco pra terminar a garrafa . Nota 90/100







Carmenere Alto de Piedras 2011 com 13,3%  de álcool, com 2 anos em bottes de 5000 litros. R$ 131,00- Rubi alta concentração, sem halo.  Herbáceo, frutas vermelhas maduras, certa borracha. Na boca, boa acidez, taninos presentes, bom corpo, finalmde boca frutado com ligeiro amargor . Um Carmenére bem caracteristico mas com a vantágem de ser mais delicado. Nota 88/100








Las Aguilas 2011 com 13,7% de álcool , com 2 anos em bottes de 5000 litros. R$ 131,00 - Rubi média concentração, sem halo. Pimenta, frutas negras frescas, tinta de caneta, ligeira menta, e boa mineralidade. Na boca acidez alta, taninos finos ainda verdes, corpo médio , retrogosto frutado com ligeira madeira. Um vinho muito interessante ainda jovem ainda com pontinha de álcool , mas bem gastronômico.  Nota 89/100







Viñedos Viejos Las Cruces 2011 com 13,7% de álcool, com 2 anos de guarda em bottes de 5000 litros R$ 131,00 - Rubi violáceo, média concentração , sem halo.  Floral , frutas negras maduras, e tabaco. Ótima acidez, taninos presentes, picante , mais agressivo, final de boca com ligeiro amargor. Nota 89/100

Limávida 2011 com 13,7% de álcool, com 2 anos em bottes de 5000 litros. R$ 131,00 - Violáceo alta concentração, sem halo. Floral lembrando flores da montanha, couro, frutas negras frescas, e toque terroso. Boa acidez, taninos finos . corpo curto , delicado, final de boca frutado e terroso . Um vinho deliciosamente pronto e fácil de beber , foi meu favorito . Nota 91/100







Vigno cCignan 2011 com 13,7% de álcool, com 2 anos em botes de 5000 litros. R$ 131,00 – Violáceo, alta concentração, sem halo. Frutas negras frescas , pimenta, grafite, tinta de caneta ligeiro herbáceo. Boa acidez, taninos verdes , picante, corpo médio, retrogosto frutado com toque de grafite. Um grande vinho mas um pouco mais duro e austero do que o anterios . Nota  90/100







Altura Alto Los Toros 2011 com 13,8% de álcool, com 2 anis em bottes de 5000 litros. R$ 131,00 - Rubi, média concentração, sem halo. Delicado, floral , frutas um pouco mais evoluidas , mineral , vinoso, e grafite. Ótima acidez, taninos finos, corpo médio, suculento, final de boca frutado, ainda selvagem e  muito terroso, agradou demais . Nota 91/100








Fica aí a dica, vinhos muito gostosos de alta qualidade a preço baixo, Pode comprar ! 

Os vinhos da De Martino são trazidos ao Brasil pela simpática importadora Decanter de Adolar Hermann.


Decanter: Site- www.decanter.com.br  - Fone – (011) 3702-2020

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