11 de ago. de 2014

Paul Hobbs é o cara

Criatura e Criador 

Sobre a competencia de Paul Hobbs ninguem discute, em sua longa carreira foi o maestro da Robert Mondavi, de lá foi para a Catena Zapata sendo um dos responsáveis pelo lançamento dos primeiros Malbec  varietais argentinos de alta qualidade. Ficou tão impressionado com o potencial da uva neste país que decidiu ao final de seus acordo de  10 anos de com Nicolas Catena em fazer seu próprio vinho,  foi assim que surgiu o Cobos. Paul conheceu o casal  Andrea Marchiori e Luis Barraud e com 35 mil Usd cada começaram a tão promissora sociedade, mas nem tudo foi um mar de rosas pois o primeira safra de 1998 foi desatrosa devido a incidência do fenomeno El Niño,o dinheiro foi perdido mas Paul acreditava tanto no empreendimento que decidiu financiar a segunda safra em 1999 com seu próprio capital, que felizmente ao contrario da anterior foi um estrondoso sucesso em termos de qualidade e pelas altas pontuações obtidas pelos vinho. As duas safras seguintes novamente foram sofriveis devido uma vez mais  ao El Niño e a La Niña, mas de la para frente seus esforços foram compensados. As uvas do Cobos vem de um vinhedo pé franco de 85 anos de propriedade da familha Marchiori entre Pedriel e Agrelo chamado ce Bloco C2 que tem aproximadamente 2 hectares de solo aluvial repleto de pedras e argila, com irrigação feita no tradicional sistema de inundação e sem uso de produtos e adubos químicos.
Paul esteve na semana passada ao Brasil para visitar seus importadores e eu tive o prazer de ser convidado para uma mini degustação vertical de seu ícone Cobos, que foi realmente marcante e educativa. Como sempre Paul nos entreteve com suas historias, simpatia e sinceridade. Muita gente continua rotulando Paul como um destes fly winemakers que só sabem produzir vinhos bombados com muita interferência no processo, mas acompanhando o trabalho que ele faz na Cobos podemos notar que ele busca maximizar a qualidade de seus vinhos na foma mais natural possivem mas não radicalizando a ponto de colocar em risco o conjunto da obra. Terminada a degustação perguntei a ele  como fazia para seu Cobos tivesse uma acidez tão agradável sabendo que a Malbec não tem essa caracteristica, e ser um dos motivos de eu não a apreciar tanto a varietal. Perguntei Paul voce acidifica teu vinho? Resposta , impossivel elaborar um Malbec em Mendoza, um vinho como este sem ter que fazer pequenas correções. Sim acidifico. Pode parecer uma resposta comum mas não é pois alguns outros enólogos aos quais fiz a mesma pergunta por seus vinhos terem boa  acidez responderam  “De forma alguma” , “Não” ou simplesmente desconversaram, e todos os que conhecem esta variedade sabem que realmente correções se fazem necessarias. Gosto muito desta franqueza do Paul especialmente em um momento como este quando notamos uma  queda  no gosto e consumo de vinhos extremamente extraidos e manuseados. Em outro momento de nossa conversa quando comentavamos os vinhos apresentados mencionei que o Cobos 2009 interessantemente apresentava uma pequena evolução de fruta o que para mim por ser um vinho ainda jovem ainda não deveria estar acontecendo. Novamente a resposta foi surpreendente . “Também senti esta evolução, vou checar outros exemplares e cruzar  os dedos para que este sensação se restinja ao exemplar que provamos hoje”. Acho que estas duas respostas mostram como Paul é.
 O Tema de intervenção nos processos de produção e de campo tem sido muito polêmico e alguns consumidores mais puristas acham  que tanto as grandes como pequenas interferências colocam o vinho fora do que consideram um processo natural, particularmente respeito suas opiniões mas  não concordo pois a mim interessa a qualidade final do vinho e o prazer que ele dá ao ser tomado. Cada varietal tem pontos forte e fracos e estes últimos  podem ser minimizados oi eliminadfos  com pequenas intevenções que definitivamente não prejudicam a saude e muito menos o meio ambiente.  vejamos o caso de grande parte dos  produtores europeus que devido o   clima frio,  e determinadas varietais não conseguem produzir vinhos com boa estrutura e acabam se utilizando da chapitalizaçãom para atingir este objetivo tornando seus vinhos mais palatáveis,  o inverso ocorre com produtores de países quentes que normalmente acabam acidificando seus vinhos para lhes dar mais frescor. Claro que se for possivel elaborar um vinho sem manipulações eu prefiro, mas honestamente essas  pequenas interferência não me icomodam. Acho que devemos nos preocupar mais com a utilização de químicos que prejudiquem o meio ambiênte assim como da saude des seus consumidores. Mas como dito anteriormente este tema é muito polemico é certamente serviria  de  tema para um livro, portanto vamos parar por aqui e descrever os 3 exemplares provados  provados


Cobos 2009 - Varietal 100% Malbec com 18 meses de passagem por barricas francesas , e 15% de álcool. Rubi, alta concentração leve halo. Frutas vermelhas bem maduras, chocolate, toque de ervas, e leve couro. Na boca boa acidez, taninos ainda presentes, encorpado, retrogosto  com frutas mais maduras já apresentando certa  evolução. Um vinho agradavel mais trazendo uma evolução  um pouco maior do que eu esperava para esta safra, espero que seja só esta garrafa. 

Cobos 2010 -  Varietal 100% Malbec com 18 meses de passagem por barricas francesas e 15% de álcool. -  Rubi alta concentração sem halo. Frutas negras maduras , leve  herbáceo, cereais secos, terroso. Alta acidez, taninos mais macios, redondo , alcool ok,  bom corpo,  final de boca com cereja no licor e leve ponta de hervas. Vinho mais austero mas altamente gastronômico , pronto para beber mas que deve dar boa guarda

Cobos 2011 - Varietal 100% Malbec com 18 meses de passagem por barrica francesa, e  14,9 % de álcool. - Rubi alta concentração, sem halo. Frutas negras, mineral, pedra molhada, floral, limpo, toque de grafite. Otima acidez, taninos finos resolvidos, suculento, alcool ok, bom corpo elegante, final de boca frutado com chocolate.Um vinho com tremendo potencial de guarda mas que  já  dá para ser apreciado hoje.  Apenas como curiosidade esta safra recebeu 100 pontos do crítico James Suckling .
Finalizando entre os 3 exemplares provados, ficaria com o da safra 2010 para tomar hoje e compraria o da safra 2011 para guardar . O Cobos custa R$ 1090 a garrafa na Grand Cru sua importadora exclusiva no Brasil.
Agradeço o gentil convite recebido da Grand Cru através de seu proprietário Mariano Levy e de sua querida assessora Camila Perossi.


Grand Cru- Site:  www.grandcru.com.br - Fone : (011) 3062 6388

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