5 de mai. de 2013

Enclave o novo vinho Top da Ventisquero

John Duval e Felipe Tosso


Na semana passada tive finalmente a oportunidade de conhecer John Duval  criador junto a Felipe Tosso dos grandes vinhos desta jovem mas extremamente competente vinícola chilena. John completou seu décimo aniversário de cooperação com a  Ventisquero e parte da comemoração foi o lançamento do novo vinho ícone da casa o delicioso “Enclave” com um almoço para os principais representantes da mídia paulista especializada em vinhos. O evento foi dividido em duas partes: A primeira consistiu em provar todas as varietais que comporão a safra de 2012 deste vinho, assim como ao final um exemplar já engarrafado da primeira safra 2010. A segunda parte foi um delicioso almoço onde além de um fresco Chardonnay e um delicado Pinot Noir , ambos da linha Grey, provamos novamente  o Enclave 2010 com pelo menos uma hora de passagem por decanter.

Na primeira parte do evento após  cada uma de nos provar as  diferentes varietais  que comporão a safra 20012 e de fazer nossas observações , John e Felipe  pacientemente nos esclareceram o que cada uma dessas varietais eram esperadas a contribuir com o vinho ainda a ser mesclado, mas ainda sem revelar qual seria o corte final. Foi uma experiência muito instrutiva e rica pois nos colocou  na pele dos profissionais no difícil momento de tomar a decisão de quais porcentuais utilizar no corte da safra em questão.
Provamos 6 vinhos:
Carmenere 2012 – Apresentou as caracteristicas normais da varietal de frutam vermelhas bem intensas, herbáceo marcado, sendo que na boca estava muito redondo com taninos muitos macios e aquele ligeiro amargoir final.
Cabernet Franc 2012 – Olfativamente mais austero com floral, toque mineral e seiva. Na boca muito elegante marcado por taninos finos mas ainda bem verde.
Petit Verdot 2012 – Nariz limpo, frutas negras, pimenta, tabaco e certa mineralidade. Na boca elegante, fresco, mas com grande estrutura.
Cabernet Sauvignon de San Juan de Pique  2012 – Cabernet típico chileno com muita fruta madura, cassis, couro, pimenta, e ligeiro mentolado. Na boca pronto, redondo, taninos firmes mas já prontos, encorpado e final de boca com cereja azeda.
Cabernet Sauvignon  com uvas dos vinhedos do El Principal também em Pirque 2012 – Olfativamente mais austero com frutas negras menos doces, tostado, menta e pimenta. Na boca ótima acidez, taninos intensos finos mas ainda não prontos, bom corpo e retrogosto marcado pelo alcaçuz.
Bem,  o segredo do corte final não nos foi revelado visto a decisão ainda não ter sido tomada, a única coisa que nos foi respondida foi a de  que o vinho devera estar pronto para ser tomado em  dois anos, mas que terá potencial de guarda,   portanto meu chute e que o corte deverá  ter algo como 42,5% de cada um dos dois Cabernets ( visto estar definido que 85% deve ser Cabernet Sauvignon) ,pois o primeiro exemplar já se apresentava como um vinho pronto para consumo, enquanto o segundo era  mais austero e precisando de mais  alguns anos de descanso. Do Carmenere 7% ( Acho que eles vão usar mais desta variedade pois o tripé acidez, taninos e álcool estava super bem balanceado, devendo amaciar o paladar do vinho, além de pela porcentagem ser pequena, eliminar o risco de passar ao corte o caracteristico aroma herbáceo e o ligeiro amargor).  Da Petit Verdot 5 %  para dar mais estrutura  e elegância, e da Cabernet Franc  3% para aumentar a complexidade olfativa sem prejudicar o balanço de boca .
Se eu pudesse fazer minha versão usaria 60% da segunda Cabernet, 25% da primeira,  10% da Petit Verdot, 3% de Cabernet Franc, e 2% da Carmenere. Certamente o meu corte deveria ser tomado apenas uns 5 anos após o lançamento.
Vamos ficar no aguardo do que Felipe e John decidirão !

Sobre o Enclave 2010 podemos informar que foi um corte com 86% de Cabernet Sauvignon, 7% de Petit Verdot, 5% de Carmenere, e 2% de Cabernet Franc, com 14% de álcool, 3,4 de PH e passagem de 18 meses por barricas francesas das quais 50% novas e 50% com um ano de uso, mais um ano de guarda em garrafa.  Vinho de cor rubi ainda com traços violáceos, boa concentração de cor , sem halo de evolução. Olfativamente marcado pelas frutas vermelhas maduras com cassis, terroso,pimenta preta, menta e ligeiro tostado. Na boca, pronto, tripé correto, taninos finos ainda precisando arredondar, corpo médio e retrogosto frutado com toque ligeiro de tostado. Um vinho com bom potencial de evolução mas já extremamente agradável na boca. Preço de lançamento R$ 390,00. Nota 92/100


Importadora Cantu - www.cantu.com.br

2 comentários:

  1. Caro Tommasi,
    Os Syrahs chilenos estão cada vez melhores. Mas o que tem me atormentado são os preços. Por 390 Reais as opções no velho mundo são muitas.
    Abraços,
    Flavio

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  2. Pois é Flavio concordo totalmente com teu comentario com 390 reais dá para comprar muito velho mundo de altissima qualidade.

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